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Infraestrutura Engenharia: mais de 3.500 projetos geotécnicos em 20 anos

Jun 28 2021

Fundada em 2002 pelo engenheiro Ivan Joppert Júnior, a Infraestrutura Engenharia é uma consultoria que realiza projetos na área de geotecnia.

Por conta da grande extensão das modalidades de serviços realizados, a empresa conta com quatro departamentos. Um deles é o de geotecnia, que responde pela elaboração de projetos de fundações, contenções urbanas, muros de arrimo, aterros sobre solo mole e estabilidade de taludes e encostas.

Outro departamento é o de infraestrutura, voltado especificamente para terraplanagem, drenagem e pavimentação para áreas industriais e de logística. Além disso, a consultoria conta também com o departamento de Serviços de Campo, que cuida do acompanhamento técnico das obras, executa sondagens, realiza ensaios geotécnicos e serviços topográficos.

Há, por fim, o departamento administrativo, que responde pelas áreas financeira, contratual e de recursos humanos. Joppert Junior conta que o principal diferencial da companhia é a atuação em muitas áreas da engenharia geotécnia. “Acabamos abrangendo várias disciplinas específicas e isso acaba gerando uma grande diferença na nossa área de atuação”, explica o engenheiro.

Em quase 20 anos de atuação, a empresa já prestou serviços para mais de 3.500 projetos para obras em todo o mundo. Uma das obras mais marcantes da Infraestrutura foi participar da construção do Museu do Amanhã no Rio de Janeiro. A construção aconteceu no Píer Mauá, local projetado pelo avô de Joppert Junior. “Como fiz o projeto de implantação do museu, foi possível repassar lembranças e laços com meus antepassados”, diz o engenheiro.

Outras obras importantes foram a Universidade Albert Einstein em São Paulo, o Estádio Olímpico Santos, no Rio de Janeiro, e o estádio Mané Garrincha, no Distrito Federal. A Infraestrutura também participou de projetos fora do país, como o aeroporto internacional de Kumani, em Gana, e a estrada Interoceânica, no Peru. “Ao longo desses 20 anos e trabalhando muito, não sei o que é a palavra crise, sempre tive muito trabalho”, declara Joppert Junior.

 

Infraestrutura na pandemia

O engenheiro afirma ser detalhista e perfeccionista. Um pouco por conta disso, a infraestrutura já vinha se organizando para conseguir a certificação ISO e para montar uma estrutura que possibilitasse o trabalho remoto.

Com a chegada da pandemia, apesar do inevitável receio em relação aos possíveis impactos no funcionamento da empresa, o trabalho em home office funcionou direito. “Fizemos uma série de adaptações e tudo funcionou tão bem que acabamos por crescer mesmo na crise”, conta Joppert Junior. “O mercado, superaquecido, ajudou. Registramos crescimento no ano passado e isso me deixou bastante satisfeito”.

Por conta da pandemia, todas as reuniões da Infraestrutura passaram a ser feitas de forma online. Isso permitiu um ganho de produtividade envolvendo todos os trabalhadores da empresa. "O pessoal não tem mais que se deslocar”. Ele dá o exemplo de um funcionário da empresa que mora em Jundiaí e precisava vir todos os dias a São Paulo e voltar à cidade de origem, gastando 1h30 no trajeto de ida e volta. Agora esse tempo é usado produtivamente.

Ele destaca que as pessoas não precisam mais se deslocar de casa para o trabalho, nem sair para almoçar. O resultado é que sobra mais tempo para o trabalho.

Essa nova alternativa de trabalho merece hoje a preferência de grande parte dos funcionários da empresa. Existem pessoas, no entanto, que sentem a falta do contato pessoal e não veem a hora de voltar para o presencial. “Essas pessoas sentem falta de sair para almoçar, não ficam confortáveis em trabalhar em casa, não conseguem se organizar direito”, explica.

Para ele, a pandemia mudou o trabalho de todo mundo. Essa mudança pode melhorar a qualidade de vida de todos. Ele acha, no entanto, que essa transição está acontecendo de maneira muito rápida e não está dando tempo a ninguém de se estruturar direito.

Apesar de alguns ganhos positivos, Ivan Joppert Junior conta que a pandemia dificultou o acompanhamento das obras projetadas, algo considerado muito importante para a Infraestrutura. “Isso se complicou com essa série de restrições e também pelo nosso medo de que possa acontecer alguma coisa com algum colaborador”, pontua.

 

Valorização do setor

Joppert Junior lembra que é muito grande a responsabilidade de uma empresa de geotecnia. Qualquer problema em uma obra de fundação pode refletir para o prédio inteiro. “Você pode precisar fazer reforço de fundação ou reforçar a estrutura do prédio”. Para fazer isso, é necessário muitas vezes retirar todos da obra. Ou então retirar os vizinhos no entorno do edifício e alojá-los num hotel, sem pensar nas consequências jurídicas e eventuais indenizações.

Joppert Junior lembra alguns dos fatores que causaram o declínio no preço desse tipo de serviços, especialmente as crises na construção civil. “Atualmente está ótimo, mas há fases em que o ritmo da demanda cai”, aponta. Quando isso acontece, alguns projetistas entram numa guerra de preços para conseguir o trabalho. “Passada a crise, é difícil retomar os preços anteriores, porque os clientes já se acostumaram com os antigos valores”. Ele afirma que valores baixos para esses projetos são injustos. “Você está sendo responsável por todo equilíbrio da estrutura de um edifício”.

Outro fator apontado para esse declínio envolve os programas (softwares) que projetam fundações. Apesar de entender que o construtor cumpre o seu papel quando busca reduzir os custos da obra, Joppert Junior percebe que o valor retirado do custo total acaba sendo mínimo e que a questão técnica acaba sendo deixada em segundo plano.

Ele conclui que os profissionais brasileiros em geotecnia estão envelhecendo e que um dia o país terá que importar essa mão de obra qualificada. Apesar das dificuldades, Joppert Junior acredita no Brasil e na engenharia geotécnica feita no país.

 

 

As colocações dos representantes das empresas associadas à ABEG são pessoais e não refletem necessariamente a opinião da entidade ou dos dos demais associados.

 

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